Design Thinking – Entendendo a Essência.
O Design Thinking é uma mudança de mindset e uma metodologia de design que fornece uma abordagem para resolver problemas.
Mindset, virou a palavra do momento, acho que estão vendendo até na feira! Mas acredite, tem um importante significado, que é ser a configuração da mente, o jeito de pensar e ver as coisas.
No Design Thinking, precisamos aprender a pensar de maneira criativa somada a maneira analítica.
Você vai precisar ver as coisas de maneira diferente dependendo do estágio que se encontra no processo de design thinking.
O Pensamento criativo, que todos nó temos e usamos, acredite todos nós somos criativos! É conhecido como pensamento abdutivo.
Hummm! Mas o que é mesmo pensamento criativo ou abdutivo?
Vamos ver isso numa situação cotidiana:
A sua amiga chega em sua casa com uma sombrinha, você infere que deve estar chovendo. Mas pergunta para ela: Está chovendo? Elá poderá responder: Não! Está calor lá fora, e diz: Ahh, você disse isso por causa desta sombrinha que estou carregando! Ela é de uma amiga que esqueceu lá em casa. Ou poderia realmente estar chovendo!
Como vê, você chegou a sua conclusão não por saber a verdade ou por uma dedução lógica, mas por estabelecer conexões com fatos e experiências.
Isso é o pensamento criativo ou abdutivo!
Como você viu, pensamento criativo/abdutivo é baseado em inferência, que são, suposições baseadas em experiências e conexões que criamos, ela não parte de provar a verdade mas sim de construir significado ao perceber estas relações e conexões.
Mas este mundo que criamos com o pensamento abdutivo, é uma hipótese, temos que checar, validar esta percepçāo, por isso temos que testar o que criamos!
O Design Thinking é uma ferramenta chave para você desbloquear a Inovação combinando pensamento criativo ou também conhecido como pensamento abdutivo, com o pensamento analítico estruturado que usamos comumente nas empresas.
Você sabia que o pensamento abdutivo é a única forma que nós temos capaz de gerar novas idéias! Mas isso é um papo filosófico! Outra questão!
Tenha isso em mente: A força do Design Thinking é ampla, ele pode ser usado para qualquer área. Na realidade, é uma forma de pensar que ajuda a resolver diversos problemas de todos os tipos.
Nesse artigo você irá aprender mais sobre essa metodologia, assim como seus processos e ferramentas.
O que exatamente é o Design Thinking?
O Design Thinking é uma abordagem usada para a solução prática e criativa de problemas.
É extremamente útil para resolver problemas complexos que são mal definidos ou desconhecidos, entendendo as necessidades humanas envolvidas, reestruturando o problema de maneira centrada no ser humano, produzindo insights profundos sobre as necessidades que estamos querendo atender, coletando informações e dados relacionados, convergindo esta compreensão em um Ponto de Vista do Problema (POV) e depois buscando a solução, criando muitas idéias em sessões de brainstorming e adotando uma abordagem prática em prototipagem e teste.
Aqui um pouco da história
Ele baseia-se fortemente nos métodos e processos que os designers usam (daí o nome), mas na verdade evoluiu de uma variedade de campos diferentes – incluindo arquitetura, engenharia e negócios.
O Modelo considerado o pai do Design Thinking é o desenvolvido pela IDEO, por Tim Brown, mas uma abordagem que ganhou uma enorme tração e enorme divulgação juntamente com o modelo proposto pela IDEO e derivado dele, é o modelo da Stanford Design School (d.school), que vamos apresentar aqui.
Uma informação importante: Você ja deve ter se deparado com muitos gráficos de design thinking diferentes! Porque isso?
Alguns são das ferramentas utilizadas em cada fase do design thinking, outras são referentes às diversas versões sobre como fazer o Design Thinking, a metodologia e os processos propriamente ditos, existem várias escolas de design com abordagens diferentes.
Confira agora quais são as etapas do Design Thinking…
São cinco etapas: Empatia, Definição, Ideação, Prototipação e Teste.
Uma pergunta: Você já ouviu falar em Design Challenge?
Tudo começa com um desafio de Design (Design Challenge), aonde é apresentado um problema ou necessidade que se quer resolver, o desafio pode ter um escopo muito abrangente, que afete grande parte da população e com essa abordagem do design thinking, podemos encontrar soluções disruptivas, ou então o desafio pode ser um processo da nossa empresa, aonde poderemos inovar e gerar valor e também sermos disruptivos.
Por exemplo: Como melhorar a qualidade do nosso processo de aquisição de talentos.
Este é o ponto em que iniciamos o projeto para seguir o processo de design thinking e buscar respostas e soluções, muitas delas até disruptivas.
1- Empatia:
A empatia é a primeira etapa e fornece o ponto de partida crítico para o Design Thinking .
É gasta para conhecer o usuário e entender seus desejos, necessidades e objetivos profundamente, é preciso se colocar no lugar do cliente e vivenciar a sua experiência para obter insights e compreensão.
Isso significa observar e interagir com as pessoas para entendê-las em um nível psicológico e emocional. Durante essa fase, o time ou você, procura deixar de lado suas suposições e conhecimentos, para reunir insights reais sobre o usuário.
Você fará isso com três graus de profundidade:
Depois complementamos estes achados com uma pesquisa Desk, ou seja buscar na web, na internet, por exemplo informações e dados relacionados com o problema que estamos tentando compreender, enriquecendo a nossa percepção.
O resultado é uma enorme quantidade de dados, informações, compreensão das dores do cliente, insigths.
Ferramentas: Mapa de Empatia, Mapa das Partes Interessadas, Mapas de Personas, Pesquisa Desk, Entrevistas, Observação, Pesquisa exploratória, 5 why’s entre outras.
2 – Definição:
A segunda etapa do processo de Design Thinking é dedicada ao enquadramento do problema, a sua definição.
Você reunirá todas as suas descobertas da fase de empatia e começará a entendê-las: Que dificuldades e barreiras seus usuários enfrentam? Que padrões você observa? Qual é o grande problema do usuário que sua equipe precisa resolver?
Na empatia o pensamento é divergente ( isso é pensar amplo, não impor limitações, não julgar, mas buscar compreender) aqui o processo é convergente, precisamos sintetizar todos os achados, insigths e redefinir o problema sobre um POV ( Ponto de Vista) o que realmente vamos buscar resolver.
O ponto de visão, ou POV, no design thinking é uma declaração escrita e acionável (passível de implementação), que expressa o problema que a equipe de design está tentando resolver.
Ferramentas e Técnicas: Ponto de Vista (POV), Reframe ( Reenquadramento), How might we? ( Como nós podemos), mapa de afinidade, etc.
Depois de formular o problema, você poderá começar a encontrar soluções e idéias – o que nos leva ao estágio três.
3 – Ideação:
Com uma profunda compreensão de seus usuários e da experiência que eles vivenciam, você terá uma clara declaração do problema em mente, acionável.
É hora de começar a trabalhar em possíveis soluções.
A terceira fase do processo de Design Thinking é aonde a criatividade acontece, e é crucial ressaltar que o estágio de ideação é uma zona livre de julgamento!
Os designers (Você e equipe), realizarão sessões de ideação para criar o maior número possível de novos ângulos e idéias.
Existem muitos tipos diferentes de técnicas de ideação que podemos usar, de brainstorming , brainstroming reverso, workshop de cocriação, storytelling, Triz, provocação – uma técnica extrema de pensamento lateral que leva o designer a desafiar crenças estabelecidas e explorar novas opções e alternativas entre outras.
Nesta fase usamos tanto o pensamento divergente, quanto o convergente.
No final da fase de ideação, você a limitará a algumas idéias com as quais avançar.
4 – Protótipo:
O quarto passo no processo de Design Thinking é sobre experimentação e transformação de idéias em produtos tangíveis.
Um protótipo é basicamente uma versão reduzida do produto, que incorpora as possíveis soluções identificadas nos estágios anteriores.
Esta etapa é fundamental para testar cada solução e destacar quaisquer restrições e falhas.
Durante o estágio de protótipo, as soluções propostas podem ser aceitas, aprimoradas, redesenhadas ou rejeitadas, dependendo de como elas se saem na forma de protótipo.
Repense a sua maneira de ver o protótipo, ele não é somente uma maneira de se testar a funcionalidade, mas é um campo de experimentação aonde o aprendizado fala alto, podemos eliminar as ambiguidades e identificar a necessidade de aprofundar o entendimento do problema em algumas situações.
5 – Teste:
Após a prototipagem vem o teste do usuário, quando validamos através dos nossos protótipos as idéias e soluções que achamos viáveis, mas é importante observar que esse raramente é o fim do processo de Design Thinking.
Na realidade, os resultados da fase de teste muitas vezes levam você de volta à etapa anterior, fornecendo as informações necessárias para redefinir a declaração original do problema ou apresentar novas idéias nas quais você nunca tinha pensado antes.
Como você percebeu o processo não é linear e o retorno a uma fase anterior é uma situação comum.
Aqui vai uma grande sacada!
O grande diferencial desta abordagem, é que antes de trabalhar com soluções possíveis para o problema ou necessidade identificada, o jeito tradicional de trabalhar dentro da caixa, vamos focar no problema.
Por isso, vamos procurar compreender o problema com maior profundidade e na perspectiva do cliente e usuário.
Essa abordagem, que trabalha centrada no cliente, estabelece que primeiramente devemos atuar no campo do problema e somente depois, com uma percepção mais clara do que realmente é o problema, é que buscamos atuar no campo da solução, ou seja, buscar respostas efetivas para o problema diagnosticado.
Agora um desafio:
Qual a etapa ou etapas que você acredita que consome mais tempo?
Se você achou que é a Ideação, por ser uma etapa criativa e em busca de soluções, voce se enganou! Ela é a etapa que consome menor tempo de execuçāo, pois acontece praticamente de maneira virtual sem interaçāo com os clientes, ao contrário das outras etapas.
Uma dica:
Tente trabalhar com equipe multidisciplinar, isso enriquecerá todo o processo, pois cada um olhará para o problema e buscará soluções com perspectivas diferentes.
Até a próxima…